Colaboração Alexandre Cury
OPINIÃO
Familiar? Sim, à medida em que me identifico com as origens das famÃlias dos imigrantes libaneses, meus ascendentes, meu berço de educação, costumes, gastronomia e tudo o resto que faz parte da famÃlia de alguém da minha natureza sensÃvel e emotiva, própria da raça afetiva e melodramática dos originários do povo ocidental para antigo do mundo, os fenÃcios. A origem de tudo. Mas, nem tanto. À medida em que estou relendo pela milésima vez “Fragmentos Ãrabesâ€, encontro não apenas acréscimos à s edições anteriores, mas outras pérolas incrustradas na narrativa cada vez mais minuciosa de Jorge Alberto Nabut. E aà vou aguçando a curiosidade e, algumas vezes, contendo as lágrimas. Como é deveras impossÃvel relatar o que vocês têm que ler – e mergulhar nesta história, vou me ater a alguns comentários e novidades que a nova edição apresenta. E que – aguardem – será lançada em versão impressa em abril de 2021. Aleluia!
Midas
Responsável pela supervisão da edição online, Guido Bilharinho não apenas fez uma apresentação à altura, onde realça com exatidão a construção e criação não apenas dos fatos, pessoas e ambientes. Porém, artÃstico-literária, social e histórica, aureolada de acentuado e requintado halo poético, porque segundo ele (no que concordo em gênero, número e grau) “Nabut não é só pesquisador, historiador e analista de seres humanos espacial e socialmente situados, mas, também – superiormente – poeta. Como o lendário Midas, em que tudo que tocava virava ouro, Nabut, tudo o que escreve vira poesia, é poesia.â€
Naziras
Guido Bilharinho também foi responsável por algumas apropriadas “interferências†que se transformaram em aspectos interessantes à edição. Por exemplo, foi iniciativa dele a pesquisa de nomes femininos de origem libanesa comuns entre as filhas de imigrantes. Pelo menos para nós, brasileiros, dificilmente existirão em outros idiomas nomes de tão intensa quão bela sonoridade – a não ser no latim – como se constata pela relação que se segue:
A: Adib – Afifa – Aiub – Alana – Amira – Aracele –
Ariana – Arful – Aziza
B: Banut – Bianca
C: Catur – Celmis – Chafi – Chafia – Chames – ClÃdia
D: Dalel – Daura – Deise – Doralisa – Dunea
F: Fádua – Farida – Farise – Flordimira – Futin
G: Gisele – Gledes – Gleides – GlÃcia
H: Hanne – Helie
I: Iameme – Iesmin – Ismália
J: Jamila – Jasmina
K: Kemli
L: Labibe – Laila – Lânia – Larrife – Latifa – Lauanda –
LauÃsa – Lucanda
M: Mague – Márian – Márua – Meire – Mildred – Mirna
– Mirta – Moralinda – Munira
N: Nabirra – Nádia – Nadra – Nádua – Nájua – Nasta –
Nasa – Nasise – Nassira – Nazira – Nur – Nura
P: Poliana – Priscila
R: Rafa – Rafka – Ramides – Raquia – Rochila – RovÃnia
S: Saada – Sada – Sálua – Sâmia – Samira – Sandra –
Sara – Sarafina – Satut – Soraia
T: Talge – Tanus – Tarcila
V: Vivian
W: Watfa
Z: Zafira – Zahia – Zaia – Zaida – Zarifa – Zarih – Zirlei.
Quem é árabe?
O Brasil é hoje o paÃs que talvez tenha as melhores relações com o mundo árabe, pois nenhum ressentimento separa por causa de colonialismo passado ou de envolvimento nos conflitos da região, e porque o intercâmbio deles se limita à s trocas comerciais, as trocas mais aptas a fazer amigos. Com freqüência crescente, delegações árabes chegam ao Brasil e delegações brasileiras partem para algum paÃs árabe. A palavra árabe é empregada inúmeras vezes por dia em notÃcias, comunicados, artigos, reportagens, discursos, contratos, declarações. Imagino, portanto, o choque que manifestará qualquer brasileiro se eu lhe disser que está empregando uma palavra sem saber o que significa. ImperdÃvel a narrativa do grande Mansour Chalita publicado no Jornal do Brasil, 24 de fevereiro de 1980. Análise minuciosa sob as facetas religiosa, ideológica, linguÃstica, psicológica, polÃtica, um primor da literatura sobre o povo libanês.
Pra chorar de rir (Olha o que o Jorge descobriu…)
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CHOUF HEDA E MAJNUN
Das poucas expressões orientais em uso pelas famÃlias libanesas – rarÃssimos os que se interessaram estudar a lÃngua dos antepassados – duas são correntes e nos divertem, quando estamos em companhia uns dos outros: chouf heda e majnun.
Chouf, do verbo olhar, acrescido do pronome heda, é usada quando se quer apontar alguém acometido de algum excesso, mau gosto, etc.
Majnun designa alguém que “sofre das faculdades mentais†ou, melhor dizendo louco (de amor). Na origem da palavra, não se trata de adjetivo, mas de pronome. Então, passaram a denominar majnun aos loucos (de amor) e, por extensão, pelo menos no Brasil, aqueles ou aquelas que fazem loucuras.
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Majnun é um dos personagens da literatura clássica persa, juntamente com Laila. Conta-se que, um rapaz, de boa famÃlia, com deficiência visual, chamado Majnun, apaixonou-se perdidamente pela bela Laila. Indiferente aos apelos do pretendente, a moça o ignorou, de tal forma, que o levou à insanidade. Por ser deficiente visual, idealizou a moça. Majnun e Laila é uma das mais conhecidas estórias do mundo oriental, Arábia, Pérsia, Ãsia central e Ãndia, tendo inspirado muitos escritores, poetas e artistas muçulmanos como Nizami, Djami e Mir Alisher Navoï.
 Obrigada
Sinto-me lisonjeada com a inclusão do meu nome entre os destaques do novo livro. Não apenas como jornalista, colunista social e de variedades nos dois principais jornais da cidade, mas também por ter sido responsável pela produção de todas as receitas da culinária libanesa que ilustram o livro. Apenas a banqueteira Mariza Cury, merecidamente, teve seu nome e criação acrescido à este capÃtulo. Destaques também acrescidos no livro: o cientista Jacob Palis Júnior e a famÃlia Zaidan no setor das comunicações.
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 Entrevista da semana
Para os que podem ficar em casa, ou precisam não sair de casa, a quarentena está prestes a completar …. dias. Entre os afazeres domésticos, o home office e o cuidado com os filhos – crianças e pets- algum lugar especial você “elegeu” após tanto tempo. Queremos saber:
“Qual cantinho da casa tem sido seu refúgio no isolamento?”
Confira o que os nossos entrevistados responderam:
“Não tem sido fácil…bem no comecinho da pandemia eu diria que o meu cantinho estava sendo a “cozinha†(onde ganhei uns quilinhos) rsrsrsr, na correria do dia a dia não dava tempo para fazer as quitandas que minha famÃlia gosta, pensem se ficaram felizes? Hoje o meu cantinho está sendo o “escritório†frente ao computador buscando conhecimentos para o acolhimento das minhas crianças e minha equipe de trabalho na escola em que estou como gestora para o pós pandemia. São muitas saudades!â€
“Não deu tempo de ter refúgio!!!
Em cima da bicicleta ou fazendo exercÃcios. Rsrsrsrsrâ€
“Sinceramente no escritório da minha casa. Fico cerca de 8 horas por dia no Zoom atendendo clientes em todo o Brasil, do Norte ao Sul, rsrsrsrâ€
IMAGENS QUE SÃO NOTÃCIAS
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Sou Virginia Abdalla, jornalista há mais de trinta anos. Ao longo desse tempo, assinei coluna social autoral, nos diários Jornal da Manhã e Jornal de Uberaba, trabalhando com conteúdo ético e abrangente. Espaço aberto para reportagens sociais e voltado também para comportamento, lifestyle, moda, cultura, gastronomia, ciências e tendências. Editei cadernos especiais de jornais e revistas, comandei programa de entrevistas em TV local e integro o quadro de colaboradores da publicação JM Magazine, sempre procurando destacar pessoas pelo seu talento e fatos pela sua importância transformadora.
Este é o foco do meu trabalho jornalístico, em prospecção para este Blog, on line desde 2012 - um novo e necessário caminho para fincar os pés no presente e tecnológico universo.
Sou graduada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras Santo Thomaz de Aquino - com especializações no setor - e pós-graduada em Educação Latu Sensu pela Universidade de São Carlos. Empresária, mãe, avó, filha e mulher que eventualmente se permite expressar através de produções de arte sustentável.