Há poucos anos, a monarquia jamais permitiria que o prÃncipe William, provável futuro rei da Inglaterra, tivesse um meio-irmão de pele escura e ligado ao Islamismo. Por isso, teria ocorrido um complô real para sabotar o namoro de Diana, mãe do herdeiro, com o médico paquistanês Hasnat Khan, e, anos depois, boicotar o relacionamento dela com o multimilionário egÃpcio Dodi Al-Fayed, ao lado de quem estava no fatÃdico acidente de carro em 31 de agosto de 1997. Hoje, a afroamericana Meghan Markle recebeu o apoio negado aos namorados muçulmanos da mãe de Harry.
Esses dois homens muçulmanos e sem ‘sangue azul’ representavam uma quebra de paradigma inaceitável aos membros conservadores da corte da Rainha Elizabeth. Na época da morte de Diana surgiu até um boato de que ela estaria grávida de Dodi. O desastre na Pont de l´Alma, em Paris, teria sido intencionalmente provocado para impedir que a princesa desse a William um irmão mestiço, plebeu e não seguidor dos dogmas da religião oficial dos nobres, a Igreja Anglicana.
Teorias conspiratórias à parte, somente agora, quase 21 anos depois da morte de Diana, a realeza abre os braços para receber alguém fora do perfil tradicional. Meghan Markle acaba de se tornar a esposa do prÃncipe Harry, caçula de Diana e Charles, é miscigenada (pai branco, mãe negra), norte-americana, atriz e divorciada. Claro que vários arranjos foram rapidamente providenciados para adaptar as coisas. Ela ganhou cidadania britânica e se converteu ao Anglicanismo. O batismo aconteceu no inÃcio do mês. Disse adeus à carreira artÃstica e não terá mais a agitada vida social com os amigos de Los Angeles, sua cidade natal, e Toronto, no Canadá, onde vivia por contas das gravações de uma série de TV. O contato com a famÃlia também será menor.O próprio cerimonial do casamento que está acontecendo agora, mostra a ausência do pai e a figura discreta da mãe da noiva – que se emocionou muito, diga-se de passagem.
A simpatia imediata dos súditos fez a diferença para que Sua Majestade e o clã Windsor aprovassem a plebeia. Outro fator importantÃssimo: eventuais filhos miscigenados de Meghan e Harry terão chance mÃnima de assumir o trono.
Só para relembrar, o prÃncipe é somente o sexto na linha sucessória. Antes dele estão o pai, Charles, o irmão mais velho, William, e os sobrinhos George, Charlotte e Louis – todos dentro do ‘padrão’ de monarca visto há séculos.
Mesmo assim já é um grande avanço relevante. A chegada de Meghan simboliza a aceitação da diversidade na dinastia mais famosa do planeta. Primeiras pinceladas de modernidade à monarquia. Até porque, a própria Rainha Elizabeth concedeu a Harry e Meghan o tÃtulo de duque e duquesa de Sussex, tÃtulo de nobreza que existe desde o inÃcio do século 19.
Sou Virginia Abdalla, jornalista há mais de trinta anos. Ao longo desse tempo, assinei coluna social autoral, nos diários Jornal da Manhã e Jornal de Uberaba, trabalhando com conteúdo ético e abrangente. Espaço aberto para reportagens sociais e voltado também para comportamento, lifestyle, moda, cultura, gastronomia, ciências e tendências. Editei cadernos especiais de jornais e revistas, comandei programa de entrevistas em TV local e integro o quadro de colaboradores da publicação JM Magazine, sempre procurando destacar pessoas pelo seu talento e fatos pela sua importância transformadora.
Este é o foco do meu trabalho jornalístico, em prospecção para este Blog, on line desde 2012 - um novo e necessário caminho para fincar os pés no presente e tecnológico universo.
Sou graduada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras Santo Thomaz de Aquino - com especializações no setor - e pós-graduada em Educação Latu Sensu pela Universidade de São Carlos. Empresária, mãe, avó, filha e mulher que eventualmente se permite expressar através de produções de arte sustentável.