Esta saudação e muito mais, podem ser aprendidas no maravilhoso livro “Os Ovos de Fabergéâ€, de Toby Faber, Editora Record. A pretexto de contar a vida e obra da famÃlia de joalheiros Fabergé, ele acaba tecendo o fio da meada da revolução russa de uma maneira inusitada, até seu fatÃdico final, sem perder de vista a interessante história da casa de jóias mais importante do paÃs e seus preciosos ovos.
Alguns dos 54 “Ovos Imperiais†que Fabergé fez para a famÃlia real russa. Sobreviveram 46, espalhados mundo afora.
Que não por acaso foram inventados pelo tzar Alexandre III, na Páscoa de 1885, quando encomendou o primeiro, o ovo “Galinhaâ€, para presentear sua adorada Maria Feodorovna, transformando em jóia a tradição ancestral da troca de ovos de galinha enfeitados no dia da comemoração da Ressurreição de Cristo, sÃmbolizando a vida renovada pela “esperança da passagemâ€, na festa religiosa mais importante da Igreja Ortodoxa russa.
O ovo “Galinha†: o primeiro dos ovos imperiais, encomendado por Alexandre III na Páscoa de 1885, inaugurando o último sinônimo de esplendor da Rússia tzarina. Aparentemente sem mais, a grande surpresa é que o ovo, copiando uma boneca “matrioshkaâ€, continha esta gema acima, feita de ouro e dentro dela uma galinha, idem, idem.
O “Ovo Militar em açoâ€: o último a ser feito, na Páscoa de 1916, presente de Nicolau II a imperatriz Alexandra. A surpresa do ovo é esta miniatura de quadro sobre cavalete, que mostra uma cena de Nicolau II junto com seu filho e herdeiro Alexei, debruçados sobre mapas com oficiais de alta patente, já que estavam em plena Primeira Guerra.
O requintado presente acabou tornando-se obrigatório, na famÃlia real, até a abdicação de Nicolau II ao trono da águia bicéfala, em 1916. Um a um, somente os ovos imperiais vão sendo descritos no livro com minúcia de detalhes, uma leitura curiosa e rica. Adoro pontos de vista pitorescos para antigas histórias, têm sempre a acrescentar.
Este é Peter Carl Fabergé que comandava a joalheria russa mais emblemática, na época dos “Ovos Imperiaisâ€!
Fabergé produziu, em tese, 69 ovos, sendo 54 os chamados imperiais, isto é, os encomendados pelos tzares Alexandre III, seu idealizador, e Nicolau II, que prosseguiu com o hábito paterno, até sua renúncia ao trono. Os temas, pra confecção dos ovos, giravam em torno de datas comemorativas do império, referências à vida pessoal da homenageada ou ainda tradições rusas.
As tzarinas Maria Feodorovna e Alexandra Feodorovna foram as únicas inspiradoras e “recebedoras†do presente pascal mais requintado da face da terra, os ovos imperiais de Fabergé, eles o último sinônimo de esplendor da Rússia czarista. BN
ALGUNS OVOS ENCOMENDADOS POR ALEXANDRE III:
O “Ovo Relógio da Serpente Azulâ€, de 1887, no qual a lingua de uma serpente indica a hora, é lindo em seu trabalho de esmalte espetacular. Este e o ovo “Galinha†foram os únicos que sobreviveram, da década de 80.
O lindo ovo “Memória de Azovâ€, presente da páscoa de 1891 de Alexandre para Maria… O grande barato é que eles sempre traziam uma surpresa em seus interiores.  Aqui, é o lindo navio em que viajavam os dois filhos do casal real, na época da Páscoa.
Ovo “Palácios Dinamarqueses†de 1890, de Alexandre para Maria, relembra a terra natal da tsarina e é feito de liga tonalizada de ouro, coberta por esmalte absolutamente polido: Hi tech!
Um lindo mini biombo com cenas da Dinamarca era a surpresa do ovo acima. Até hoje nossos ovos de chocolate copiam esta prática de presentes velados.
ALGUNS OVOS ENCOMENDADOS POR NICOLAU II:
O lindo ovo “Coroação†que Nicolau deu para a imperatriz Alexandra, em 1897, comemorando a deles, é considerado por muitos, a obra-prima de Fabergé.
O espetacular ovo de 1900, “Transiberianoâ€, que trazia como surpresa a réplica miniatura do trem, em ouro maciço: celebra o feito que permitiu à Rússia dominar os mercados da Ãsia, “das praias do PacÃfico aos pés do Himalaiaâ€.
Em 1901, Nicolau presenteou a mãe Maria Feodorovna com o ovo “Palácio Gatchinaâ€, baseado na sua casa de veraneio.
E no mesmo 1901, o ovo de Alexandra foi o “Flores Selvagensâ€. Flores para Alexandra, gravidérrima da sua quarta filha, Anastasia.
O deslumbrante ovo de 1903, “Pedro, o grande†quem ganhou foi Alexandra, comemorando os 200 anos a fundação de São Petersburgo pelo tsar Pedro, o grande.
Para Maria Feodorovna, em 1910, o ovo “Alexandre III Equestre†fez a sua Páscoa, pois relembrava seu adorado marido.
O “Ovo Invernoâ€, da Páscoa de 1913, foi concebido por Alma Pihl, das poucas mulheres que desenharam para a joalheria. Encomendado por Nicolau II para a mãe Maria Feodorovna: dos mais lindos!
Sou Virginia Abdalla, jornalista há mais de trinta anos. Ao longo desse tempo, assinei coluna social autoral, nos diários Jornal da Manhã e Jornal de Uberaba, trabalhando com conteúdo ético e abrangente. Espaço aberto para reportagens sociais e voltado também para comportamento, lifestyle, moda, cultura, gastronomia, ciências e tendências. Editei cadernos especiais de jornais e revistas, comandei programa de entrevistas em TV local e integro o quadro de colaboradores da publicação JM Magazine, sempre procurando destacar pessoas pelo seu talento e fatos pela sua importância transformadora.
Este é o foco do meu trabalho jornalístico, em prospecção para este Blog, on line desde 2012 - um novo e necessário caminho para fincar os pés no presente e tecnológico universo.
Sou graduada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras Santo Thomaz de Aquino - com especializações no setor - e pós-graduada em Educação Latu Sensu pela Universidade de São Carlos. Empresária, mãe, avó, filha e mulher que eventualmente se permite expressar através de produções de arte sustentável.